Vasco Granja nasceu a 10 de julho de 1925, em Lisboa, menos de um ano antes do golpe de maio de 1926 que conduziu à instauração do Estado Novo em 1933. A sua vida funde-se com a história de Portugal do Séc. XX. Esta peça é uma homenagem ao resistente, ao divulgador, ao homem.
Resistente antifascista e membro do PCP, desde o início da década de 50 do século passado, é um símbolo do combate pela liberdade e contra a opressão do regime. Foi detido duas vezes pela PIDE, tendo cumprido um total de 2 anos de cárcere. Teve ligações ao movimento cineclubista, que era uma frente cultural de combate antifascista.
Em 1968 ingressou na revista portuguesa de divulgação de banda desenhada “Tintin”, da qual chegou a diretor.
No pós 25 de abril o seu papel de divulgador e facilitador de cultura é amplificado, contribuindo para o acesso ao mundo exterior e diverso, bem como, ao pensamento e livre expressão.
vasco granja é um exercício de colagem sonora com variação cromática mínima, à semelhança de uma franja de cinema de animação oriundo dos países do leste europeu e do Canadá que habitam no imaginário das gerações que o Vasco Granja marcou com mais de mil emissões do seu programa televisivo “Cinema de animação”. Teve a oportunidade de conhecer o seu grande ídolo, Norman McLaren, cineasta de animação canadiano, daí que neste exercício se utilize explicitamente um pequeno excerto áudio da sua animação “Dots” de 1940.
vasco granja pode ser dividida em dez andamentos, ainda que não se estabeleça sempre uma clara divisão entre eles.
1. descansa, está tudo bem
2. animação: revelação
3. pré 25 de abril
4. pós-25 de abril
5. o povo é sereno
6. dots
7. agora que já lá estamos
8. dança das cadeiras
9. vampiros
10. créditos finais
A ilustração é da autoria de Matilde Florêncio, que tinha 6 anos no ano da morte de Vasco Granja (2009).